HISTÓRICO DE GUAIÚBA - II PARTE
Os moradores da cidade, com o passar do tempo, perceberam a necessidade da criação de uma paróquia para atender a população local. Até então, entre os anos de 1940/50, os serviços religiosos eram prestados pela Paróquia de Pacatuba, que enviava vigários como José Gaspar, Pe Rolim e Padre Antonio Souto, sendo este último uma grande expressão no âmbito da expansão religiosa.
Almejando a criação de um Sistema Paroquial em Guaiúba, as lideranças locais, como Manoel Baltazar, Raimundo Bandeira, Sinval Soares, José Nocrato, José Tristão, Clóvis Teixeira, Waldemar Teixeira, Lindolfo Accioly, Esaú Accioly e Francisco Gonçalves Ferreira (seu Nenê), organizaram uma comissão para formalizar o pedido de criação do já citado sistema pertencente a Arquidiocese de Fortaleza.
Após a formalização do pedido, todos os cidadãos guaiubanos iniciaram uma campanha para arrecadar fundos em prol da futura paróquia. Este movimento teve como líder político Joaquim Eduardo Benevides e, quanto à parte financeira, teve como principal representante o Sr. Manuel Baltazar de Freitas. Este último recebeu, posteriormente, o título de "Pai da Paróquia" pela sua significante contribuição financeira e empenho na criação da Paróquia de Guaiúba.
Concluída a arrecadação do montante exigido pela Arquidiocese de Fortaleza, a população guaiubana tem seu sonho realizado. No dia 19 de março de 1955, chega a cidade o primeiro pároco: Pe. Gerardo José Campos. Paulo Cabral de Araújo (orador e radialista) e Manuel Eduardo Campos (escritor, poeta, dramaturgo, radialista e presidente da Academia Cearense de Letras) ficaram responsáveis pelas saudações ao jovem e primeiro vigário.
Com a criação efetiva do paroquiato, o município conheceu um notável crescimento, com inúmeras ações no campo religioso, social e educacional, que beneficiaram de forma incontestável a vida da comunidade local. Algumas das principais ações foram: criação da Ação Social Paroquial de Guaiúba, a implantação do Programa Guaiúba se Diverte, cujo objetivo era o estímulo e a descoberta de talentos artísticos da terra e a apresentação de artistas consagrados nacionalmente; o Centro Catequético; a preservação da cultura e do folclore local, traduzidas pela intensa mobilização dos paroquianos nas festas religiosas; a participação popular nas ações políticas, traduzidas pelas passeatas nas datas mais importantes do ano, entre elas o 1º de maio; a criação do Patronato da Divina Providência, transformado depois em Ginásio Manuel Baltazar, entendido como o feito de maior expressão na Paróquia de Guaiúba.
Após 56 anos de Paróquia, os guaiubanos atestam que o legado do Padre Gerardo Campos, foi o marco divisor de duas Guaiubas: uma antes do Padre Gerardo e outra após o Padre Gerardo. Nenhum outro vigário teve uma obra missionária, social e educacional tão completa, e com resultados tão proeminentes e relevantes quanto o nosso primeiro vigário.
Cabe ainda ressaltar que o patrimônio paroquial foi enriquecido através de doações da parte da Sra. Amélia Araújo Pinheiro, viúva do Sr. Lindolfo Accioly, como a Casa e o Salão Paroquial, e o terreno onde foi construída a Maternidade Amélia Araújo Pinheiro, atualmente, sede de um posto médico e da Associação de Pais de Crianças Especiais APPAE.
Analisando toda a história de lutas e sonhos realizados, não nos resta dúvidas de que a criação da Paróquia de Guaiúba foi um dos maiores acontecimentos históricos da cidade. Juntamente com a sua criação veio o desenvolvimento social, fazendo de Guaiúba uma cidade realmente abençoada, e demonstrando, assim, que tem um povo que não esmorece diante do primeiro obstáculo.
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[1] Esse texto foi escrito pelo Professor Sinval Leitão Filho, sendo que o mesmo está sendo postado neste Blog sob a responsabilidade do Professor Antônio Carlos Sales Paiva autorizado pela filha do escritor a Prof.ª Dr.ª Fátima Maria Leitão Araújo.
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