Cristo Ressuscitou, Aleluia!
Sim, Ressuscitou de verdade, Aleluia!
Caros irmãos e irmãs,
O evangelho deste domingo (Jo 14, 15-21) é continuação do evangelho do domingo anterior (Jo 14,1-12). Nele ouvimos uma promessa que Jesus fez a seus discípulos e que nos toca profundamente: “Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós” (v. 18). É importante lembrar o contexto destas palavras. Estamos no decurso da última ceia, quando o Mestre diz que vai para um lugar que os discípulos não poderão ir (Jo 13, 36). Diante da realidade da paixão e morte do Senhor os discípulos iriam se sentir desamparados, órfãos. Por isso, Ele promete "Eu não vos deixarei órfãos, eu virei a vós". Jesus estará presente na vida deles de uma forma diferente, não mais visível, palpável, mas através do Espírito da Verdade. Será uma presença menos tangível aos sentidos, mas real: “Vós conheceis o Espírito da Verdade, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós” (v. 17).
Este Espírito da Verdade, nós sabemos, é o Espírito Santo que o Senhor nos deu no alto da cruz (Jo 19, 30) e na sua aparição aos discípulos (Jo 20, 22). É muito importante perceber que Ele estará não só junto de nós, mas dentro. E estará dentro de nós como “Paráclito” (v. 17). Na tradução da liturgia encontramos a palavra Defensor, mas “Paráclito” pode também ser traduzido como Consolador. Esta é uma dos frutos do Espírito Santo, como nos ensina Lucas: as Igrejas “andavam no temor do Senhor, repletas da consolação do Espírito Santo” (At 9,31). A liturgia da Igreja tem um belíssimo canto que nos ajuda a entender como a Terceira Pessoa da Trindade faz isso:
Consolo que acalma,
hóspede da alma,
doce alívio, vinde!
No labor descanso,
na aflição remanso,
no calor aragem.
Esta ação do Espírito Santo geralmente não é feita de forma exterior, para nossos sentidos, mas interiormente, perceptível só pela fé. Quanto mais nos unimos a Deus mais desfrutamos desse consolo. Nossa união com Ele inicia com a fé-confiança, mas precisa amadurecer ao ponto de se tornar obediência amorosa: “Se alguém me ama, guardará minha Palavra e o meu Pai o amará e a ele viremos e nele estabeleceremos morada” (Jo 14,23). Quem guarda (recorda e vive) as palavras de Jesus se torna habitação de Deus, templo do Pai e do Filho, experimentando assim o consolo do Espírito. A pessoa consolada dessa forma não pode fazer outra coisa a não ser se tornar instrumento de igual consolo: “Ele nos consola em todas as nossas tribulações, para que possamos consolar os que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nós mesmos recebemos de Deus” (2Cor 1,4). São Paulo nos indica que o conforto que devemos levar precisa ser divino, não apenas humano. Não basta dizer: coragem, vai passar, tenha calma, tudo vai melhorar... É preciso transmitir a autêntica consolação que vem das Escrituras, capaz de conservar a esperança (cf. Rm 15,4). Uma palavra ou gesto realizados em clima de oração e com fé são capazes de operar milagres para quem está sofrendo.
Estamos nos aproximando da celebração de Pentecostes. Por isso a Igreja nos apresenta leituras que já falam do Espírito Santo. Ela deseja nos convidar a passar esta semana pedindo uma nova vinda do Consolador sobre nós e sobre todos aqueles que estão sofrendo. Convido-lhe a todos os dias dessa semana rezar a Sequência de Pentecostes, se preparando para a grande festa que celebraremos daqui a duas semanas:
Espírito de Deus,
Enviai dos céus
Um raio de luz!
Vinde, Pai dos pobres,
dai aos corações
vossos sete dons.
dai aos corações
vossos sete dons.
Consolo que acalma,
hóspede da alma,
doce alívio, vinde!
hóspede da alma,
doce alívio, vinde!
No labor descanso,
na aflição remanso,
no calor aragem.
na aflição remanso,
no calor aragem.
Enchei, luz bendita,
chama que crepita,
o íntimo de nós!
chama que crepita,
o íntimo de nós!
Sem a luz que acode
nada o homem pode,
nenhum bem há nele
nada o homem pode,
nenhum bem há nele
Ao sujo lavai,
Ao seco regai,
Curai o doente.
Dobrai o que é duro,
Guiai no escuro,
O frio aquecei.
Dai à vossa Igreja
que espera e deseja
vossos sete dons.
que espera e deseja
vossos sete dons.
Dai em prêmio ao forte
uma santa morte,
alegria eterna.
Amém.
uma santa morte,
alegria eterna.
Amém.
Que maravilha! Você é mesmo um sacerdote realizado não imagina o que isso representa para os fiéis da sua paróquia e para os que como eu tem a alegria de partilhar dessa graça que você transborda! Deus seja louvado!
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