sexta-feira, 1 de julho de 2011

CAPELA DE SÃO JOSÉ DO BAÚ

ENTRAVES LEGAIS TENTARAM EMBARGAR SUA CONSTRUÇÃO E FUNCIONAMENTO[1]

Pouco depois de sua posse em Pacatuba, o vigário Antônio Souto, procurouaproximar-se do Srº José de Castro, proprietário da Fazenda Baú, tendo conseguido celebrar algumas vezes na casa da fazenda para desobriga do povo. Antes do seu falecimento, a 6 de junho de 1949, o Srº José de Castro já estava disposto a construir uma Capela em sua propriedade e fazia mesmo poucos dias que tinha combinado com o padre a ocasião oportuna de virem ao Srº Arcebispo tratar do assunto.
Depois de seu trágico falecimento, Padre Antônio Souto continuou a celebrar mensalmente na Casa de Dona Lourdes e perto do fim do ano de 1950, a viúva manifestou o desejo de construir a capela. Em conversa mantida com Dona Lourdes, Padre Souto explicou-lhe que o Srº Arcebispo exigia como condição para o início dos trabalhos, a doação de cem metros em quadra no local da construção da capela. Ela manifestou-se de acordo.
Em seguida foi providenciada uma planta que foi desenhada por um engenheiro da Prefeitura de Fortaleza e custou Cr$ 1.000,00. Como a planta supunha uma grande capela, reduziu-se as proporções do plano.
A planta foi aprovada pelo Srº Arcebispo com uma ligeira modificação quanto a localização de 2 portas laterais. Diante de alguns problemas que surgiram em relação a doação da terra a construção da Capela foi impossibilitada.
Para sanar a situação Dona Lourdes encarregou o seu cunhado Paulo de Castro ao juiz da Comarca. Na presença do vigário, o juiz afirmou que a escritura de doação se poderia passar, dependendo apenas de uma opinião do tutor dos órfãos, porque ainda não se fizera o inventário. De posse da planta, a viúva deu início a construção, embora estivesse prevenida que o Srº Arcebispo, não autorizaria o funcionamento da capela senão depois de feita a doação. Todas as despesas de construção e equipamentos da capela foram feitas pela viúva. As custas da construção foram avaliadas em Cr$ 100,000,00, incluindo-se o valor do material cedido pela viúva (tijolo, telhas, etc...).
Depois da construção da Capela, a viúva procurou o juiz para tratar da escritura, mas o juiz embargou a doação, alegando que não se podia fazer alienação alguma da propriedade em virtude da seguesto que ela tinha decretado. Diante dessa resposta, a viúva foi ao Sr. Arcebispo mas este não consentiu de maneira alguma o funcionamento da Capela.
Uma vez que a Capela não podia funcionar, a viúva achou desairosa a celebração da missa em sua casa particular desde que havia local apropriado. E assim, ficou o Baú sem assistência religiosa por vários anos até o juiz consentir a doação.
O padroeiro da Capela, São José, foi escolhido pela viúva. O vigário alegou a dificuldade de celebrar simultaneamente a festa do glorioso Patriarca em Pacatuba, Guaiúba e Baú, mas, como ela tinha generosamente trabalhado pela igreja, era natural que fosse atendida neste seu desejo de ter como patrono da Capela, São José, talvez em memória de seu marido falecido José de Castro.
A Capela foi inaugura no dia 09 de janeiro de 1955, em meio a uma grande festa organizada por Dona Lourdes.
Antônio Carlos Sales Paiva

[1] Esse texto foi construído graças a registros encontrados no livro de tombo da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Pacatuba referente aos anos de 1948 – 1964, período em que o Padre Antônio Souto era pároco do município.

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