terça-feira, 10 de maio de 2011

Igreja Católica Melquita

Sou missionária leiga, consagrada, e vivo na Terra Santa há quase três anos e desde que cheguei a Israel um dos aspectos que mais me enriquece e surpreende a cada ano, é a participação nos mistérios litúrgicos em outro rito, no caso, o rito católico greco-melquita.


A missão da Comunidade Católica Shalom de Haifa, vive na diocese da Galiléia, e está sob a autoridade da Igreja Católica de rito Greco-Melquita. Este rito que mantem total comunhão com o Santo Padre e com o Vaticano, foi escrito por S.João Crisóstomo e S.Basílio, Padres da Igreja, e difere nas expressões litúrgicas, verdadeiros poemas de exultação e louvor intensos, nos cantos, mas não na essência da fé e no mistério celebrado. Estas diferenças remontam às origens da Igreja Católica e dizem respeito aos aspectos culturais das primeiras comunidades cristãs, Bizâncio ou Roma, para citar duas.

Como missionária posso testemunhar que mesmo com toda a dificuldade para acompanhar as celebrações litúrgicas realizadas em árabe, a força do mistério Eucarístico celebrado como Igreja, como Corpo e Esposa de Cristo, é tão grande por causa do Espírito Santo que alcança a alma e os corações, mesmo quando a inteligência capta somente uma ou outra expressão. E esta experiência é ainda mais forte nos tempos fortes do Advento e Quaresma. 

Ser católico no Oriente não é um adorno, uma escolha superficial que oscila segundo o humor, os problemas, ou falta deles, ou este ou aquele modismo. Ser cristão faz parte da cultura, ou seja, da forma como se enxerga os mistérios da vida, e faz parte da identidade das pessoas, como grupo e como indivíduos. Tanto assim que os católicos quando se encontram no tempo pascal não dizem 'Oi, tudo bem?', ou saudações semelhantes, eles dizem: El Messih Kam! e ouvem a resposta: Kha (com som de dois rr bem gutural) Kan Kam! E esta saudação corresponde ao nosso: O Senhor Ressuscitou! Aleluia! Sim,  Ressuscitou de verdade! Aleluia!  E essa proclamação de fé no que é o coração de nossa fé, a presença viva de Jesus ressuscitado em nosso meio, vencedor de toda morte e pecado, Ele que é o Messias, o Filho de Deus, é de fundamental importância quando se vive em um país de maioria judia e muçulmana, que não conhece Jesus Cristo.

Neste video que segue abaixo é possível se ouvir o canto de ressurreição que remonta os primórdios da Igreja e que é cantado em todas as eucaristias até o dia de Pentecostes. Já pensou se no Brasil nós passássemos a nos cumprimentar como cristãos, católicos, com alegria pela nossa identidade e por pertencermos a Jesus?


Elena Arreguy Sala

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