Creio a Santa Igreja Católica
- O artigo de fé sobre a Igreja depende inteiramente dos artigos concernentes a Cristo Jesus.
- A Igreja não tem outra luz senão a de Cristo; ela é comparável à lua, cuja luz toda é reflexo do sol.
- O artigo sobre a Igreja depende também inteiramente do artigo sobre o Espírito, que o precede. "Com efeito, após termos mostrado que o Espírito Santo é a fonte e o doador de toda santidade, confessamos agora que foi Ele quem dotou a Igreja de Santidade. "Segundo a expressão dos Padres, a Igreja é o lugar "onde floresce o Espírito".
- Crer que a igreja é “santa” e “católica” e que ela é “uma”e “apostólica” é inseparável da fá em Deus Pai, Filho e Espírito Santo.
- No Símbolo dos Apóstolos fazemos profissão de crer a Igreja santa (<Credo... Ecclesiam>), e não na Igreja, para não confundir Deus com as suas obras e para atribuir claramente à bondade de Deus todos os dons que Ele próprio pôs na sua Igreja:
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Credo
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in Deum Patrem
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in lesum Christum
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in Spiritum Sanctyum
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santatam Ecclesian catholicam
A Igreja no plano de Deus
- A palavra «Igreja» («ekklesía», do verbo grego «ek-kalein» = «chamar fora») significa «convocação».
- Designa as assembleias do povo (At 19,39), geralmente de caráter religioso.
- É o termo frequentemente usado no Antigo Testamento grego para a assembleia do povo eleito diante de Deus, sobretudo para a assembleia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus como seu povo santo (Ex 19).
- Ao chamar-se «Igreja», a primeira comunidade dos que acreditaram em Cristo reconhece-se herdeira dessa assembleia. Nela, Deus «convoca» o seu povo de todos os confins da terra.
- Na linguagem cristã, a palavra "Igreja" designa:
a
assembleia litúrgica,
a
comunidade local ou
toda
a comunidade universal dos crentes.
- "A Igreja" é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza como assembleia litúrgica, sobretudo eucarística.
- Ela vive da Palavra e do Corpo de Cristo e se torna, assim, Corpo de Cristo.
Origem e realização plena da Igreja
- A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno desígnio de Deus.
- Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações.
- Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo
- Realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreição.
- Manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes.
- Terá a sua realização plena no fim dos tempos, como assembleia celeste de todos os redimidos.
Missão, Mistério,
Sacramento
- A missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino salvífico.
- A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível está presente e operante uma realidade espiritual, divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé.
- Afirmar que a Igreja é sacramento universal de salvação significa dizer que ela é sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o gênero humano.
A Igreja é una
- porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus;
- porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo;
- e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo.
- Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.
A única Igreja de
Cristo
- A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.
- Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.
- Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade.
- Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica.
- Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.
A Igreja é santa
- A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor;
- Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora;
- e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade.
- Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação.
- A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades.
- A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores.
- A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.
A Igreja é católica
- A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está presente Cristo: «Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica» (S. Inácio de Antioquia).
- Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé;
- leva e administra a plenitude dos meios de salvação;
- é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam.
- É católica toda a Igreja particular (isto é, a diocese), formada pela comunidade de fiéis cristãos que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que «preside à caridade» (S. Inácio de Antioquia);
- Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo de Deus.
- Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão.
- Os batizados que não se encontram plenamente nesta unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.
Fora da Igreja não há salvação
- Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo.
- Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem.
- Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.
A Igreja é apostólica
- pela sua origem, sendo construída sobre o «fundamento dos Apóstolos» (Ef 2,20);
- pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos;
- pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão, com o sucessor de Pedro.
- A palavra Apóstolo significa enviado.
- Jesus, o Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e fundamentos da sua Igreja.
- Deu-lhes o mandato de continuarem a sua missão, dizendo: «Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21).
- E prometeu estar com eles até ao fim do mundo.
- A sucessão apostólica é a transmissão, mediante o sacramento da Ordem, da missão e do poder dos Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos.
- Graças a esta transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino de Cristo na terra.
Os fiéis da Igreja
Definição
- Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Batismo, são constituídos membros do povo de Deus.
- Tornados participantes da função sacerdotal, profética e real de Cristo, segundo a sua condição, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja.
- Entre eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua dignidade de filhos de Deus.
A formação do Povo de Deus
- Na Igreja, por instituição divina, existem os ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem e formam a hierarquia da Igreja.
- Os outros são chamados leigos.
- De uns e de outros, provêm fiéis, que se consagram de modo especial a Deus com a profissão dos conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e obediência.
Cristo instituiu a
hierarquia eclesiástica
- Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica com a missão de apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade.
- A hierarquia eclesiástica é formada por ministros sagrados: Bispos, presbíteros e diáconos.
- Graças ao sacramento da Ordem, os Bispos e os presbíteros agem, no exercício do seu ministério, em nome e na pessoa de Cristo cabeça;
- os diáconos servem o povo de Deus na diaconia (serviço) da palavra, da liturgia, da caridade.
O Colegiado do
ministério ordenado
- A exemplo dos doze Apóstolos escolhidos e enviados por Cristo, a união dos membros da hierarquia eclesiástica está ao serviço da comunhão dos fiéis.
- Cada Bispo exerce o ministério, como membro do colégio episcopal, em comunhão com o Papa, participando com ele na solicitude pela Igreja universal.
- Os sacerdotes exercem o seu ministério no presbitério da Igreja particular, em comunhão com o próprio Bispo e sob a sua condução.
Qual a missão do Papa?
- O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de S. Pedro,
- é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja.
- É o vigário de Cristo,
- cabeça do colégio dos Bispos e
- pastor de toda a Igreja,
- sobre a qual tem poder, pleno, supremo, imediato e universal.
Missão do colégio dos
bispos
- O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa, exerce também sobre a Igreja supremo e pleno poder.
- Poder de santificar ministrando os sacramentos;
- Poder de profetizar anunciando e explicando a Palavra de Deus todos os povos;
- Exerce o poder de governar pastoreado a Igreja particular que lhe foi confiada com a autoridade do poder sagrado, próprio, ordinário e imediato, exercido em nome de Cristo, bom Pastor, em comunhão com toda a Igreja e sob a condução do sucessor de Pedro.
A infalibilidade do
Magistério
- A infalibilidade exerce-se quando
- o Romano Pontífice, em virtude da sua autoridade de supremo Pastor da Igreja,
- ou o Colégio Episcopal, em comunhão com o Papa, sobretudo reunido num Concílio Ecumênico,
- proclamam com um ato definitivo uma doutrina respeitante à fé ou à moral,
- e também quando o Papa e os Bispos, no seu Magistério ordinário, concordam ao propor uma doutrina como definitiva.
- A tais ensinamentos cada fiel deve aderir com o obséquio da fé
Vocação dos fieis
leigos
- Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus. Correspondem assim ao chamado à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados.
Função sacerdotal dos
leigos
- Os fieis leigos participam da função sacerdotal de Cristo oferecendo – como sacrifício espiritual «agradável a Deus por Jesus Cristo» (1 Ped 2,5), sobretudo na Eucaristia – a sua vida com todas as obras, as orações e as iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de cada dia, as agruras da vida suportadas com paciência e os lazeres corporais e espirituais.
- Deste modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo.
Função profética dos
leigos
- Os fieis leigos participam da função profética de Cristo acolhendo cada vez mais na fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o testemunho da vida e da palavra, a ação evangelizadora e a catequese.
- Esta ação evangelizadora adquire uma particular eficácia pelo fato de ser realizada nas condições ordinárias da vida secular.
Função real dos leigos
- Os fieis leigos participam da função real de Cristo, tendo recebido d’Ele o poder de vencer o pecado em si mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a santidade de vida.
- Exercem vários ministérios ao serviço da comunidade e impregnam de valor moral as atividades temporais do homem e as instituições da sociedade.
Os fieis consagrados
ou religiosos
- É um estado de vida reconhecido pela Igreja.
- É uma resposta livre a um chamado particular de Cristo, mediante a qual os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a moção do Espírito Santo.
- Tal consagração caracteriza-se pela prática dos conselhos evangélicos (pobreza, obediência e castidade).
- A vida consagrada participa na missão da Igreja mediante uma plena dedicação a Cristo e aos irmãos, testemunhando a esperança do Reino celeste.
O que é a paróquia?
- «A paróquia é uma certa comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja particular, cujo cuidado pastoral, sob a autoridade do bispo diocesano, está confiada ao pároco, como a seu pastor próprio».
- É o lugar onde todos os fiéis podem reunir-se para a celebração dominical da Eucaristia.
- A paróquia inicia o povo cristão na expressão ordinária da vida litúrgica e reúne-o nesta celebração; ensina a doutrina salvífica de Cristo; e pratica a caridade do Senhor em obras boas e fraternas (Cat 2179):
- «Podes também rezar em tua casa; mas não podes rezar aí como na igreja, onde muitos se reúnem, onde o grito é lançado a Deus de um só coração. [...]
- Há ali algo a mais, a união dos espíritos, a harmonia das almas, o vínculo da caridade, as orações dos presbíteros» (S. João Crisóstomo, Incomprehens. 3,6: PL 48, 725D).
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