segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

POR QUE SOU CATÓLICO? II

V Encontro


Creio a Santa Igreja Católica




  •   O artigo de fé sobre a Igreja depende inteiramente dos artigos concernentes a Cristo Jesus.
  •   A Igreja não tem outra luz senão a de Cristo; ela é comparável à lua, cuja luz toda é reflexo do sol.
  •   O artigo sobre a Igreja depende também inteiramente do artigo sobre o Espírito, que o precede. "Com efeito, após termos mostrado que o Espírito Santo é a fonte e o doador de toda santidade, confessamos agora que foi Ele quem dotou a Igreja de Santidade. "Segundo a expressão dos Padres, a Igreja é o lugar "onde floresce o Espírito".
  •   Crer que a igreja é “santa” e “católica” e que ela é “uma”e “apostólica” é inseparável da fá em Deus  Pai, Filho e Espírito Santo.
  •   No Símbolo dos Apóstolos fazemos profissão de crer a Igreja santa (<Credo... Ecclesiam>), e não na Igreja, para não confundir Deus com as suas obras e para atribuir claramente à bondade de Deus todos os dons que Ele próprio pôs na sua Igreja:

     
·         Credo
·         in Deum Patrem
·         in lesum Christum
·         in Spiritum Sanctyum
·         santatam Ecclesian catholicam

A Igreja no plano de Deus

  •   A palavra «Igreja» («ekklesía», do verbo grego «ek-kalein» = «chamar fora») significa «convocação».
  •   Designa as assembleias do povo (At 19,39), geralmente de caráter religioso.
  •   É o termo frequentemente usado no Antigo Testamento grego para a assembleia do povo eleito diante de Deus, sobretudo para a assembleia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus como seu povo santo (Ex 19).
  •   Ao chamar-se «Igreja», a primeira comunidade dos que acreditaram em Cristo reconhece-se herdeira dessa assembleia. Nela, Deus «convoca» o seu povo de todos os confins da terra.
  •   Na linguagem cristã, a palavra "Igreja" designa:

  a assembleia litúrgica,
  a comunidade local ou
  toda a comunidade universal dos crentes.
  •   "A Igreja" é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza como assembleia litúrgica, sobretudo eucarística.
  •   Ela vive da Palavra e do Corpo de Cristo e se torna, assim, Corpo de Cristo.


Origem e realização plena da Igreja

  •   A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno desígnio de Deus.
  •   Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações.
  •   Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo
  •   Realizada sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreição.
  •   Manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes.
  •   Terá a sua realização plena no fim dos tempos, como assembleia celeste de todos os redimidos.

Missão, Mistério, Sacramento

  •   A missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino salvífico.
  •   A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível está presente e operante uma realidade espiritual, divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé.
  •   Afirmar que a Igreja é sacramento universal de salvação significa dizer que ela é sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o gênero humano.


A Igreja é una

  •     porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus;
  •   porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo;
  •   e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo.
  •   Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.

A única Igreja de Cristo

  •   A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.
  •   Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.
  •   Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade.
  •   Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica.
  •    Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.

A Igreja é santa

  •    A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor;
  •    Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora;
  •   e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade.
  •   Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação.
  •   A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades.
  •   A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores.
  •   A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.

A Igreja é católica

  •    A Igreja é católica, isto é, universal, porque nela está presente Cristo: «Onde está Cristo Jesus, aí está a Igreja católica» (S. Inácio de Antioquia).
  •   Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé;
  •   leva e administra a plenitude dos meios de salvação;
  •   é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam.
  •   É católica toda a Igreja particular (isto é, a diocese), formada pela comunidade de fiéis cristãos que estão em comunhão de fé e de sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que «preside à caridade» (S. Inácio de Antioquia);
  •   Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo de Deus.
  •   Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão.
  •   Os batizados que não se encontram plenamente nesta unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.

Fora da Igreja não há salvação

  •   Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo.
  •   Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem.
  •   Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.


A Igreja é apostólica

  •   pela sua origem, sendo construída sobre o «fundamento dos Apóstolos» (Ef 2,20);
  •   pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos;
  •   pela sua estrutura, enquanto instruída, santificada e governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão, com o sucessor de Pedro.
  •   A palavra Apóstolo significa enviado.
  •   Jesus, o Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e fundamentos da sua Igreja.
  •   Deu-lhes o mandato de continuarem a sua missão, dizendo: «Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21).
  •   E prometeu estar com eles até ao fim do mundo.
  •   A sucessão apostólica é a transmissão, mediante o sacramento da Ordem, da missão e do poder dos Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos.
  •   Graças a esta transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino de Cristo na terra.


Os fiéis da Igreja

Definição
  •   Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Batismo, são constituídos membros do povo de Deus.
  •   Tornados participantes da função sacerdotal, profética e real de Cristo, segundo a sua condição, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja.
  •   Entre eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua dignidade de filhos de Deus.



A formação do Povo de Deus

  •   Na Igreja, por instituição divina, existem os ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem e formam a hierarquia da Igreja.
  •   Os outros são chamados leigos.
  •   De uns e de outros, provêm fiéis, que se consagram de modo especial a Deus com a profissão dos conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e obediência.


Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica

  •   Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica com a missão de apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade.
  •   A hierarquia eclesiástica é formada por ministros sagrados: Bispos, presbíteros e diáconos.
  •   Graças ao sacramento da Ordem, os Bispos e os presbíteros agem, no exercício do seu ministério, em nome e na pessoa de Cristo cabeça;
  •   os diáconos servem o povo de Deus na diaconia (serviço) da palavra, da liturgia, da caridade.


O Colegiado do ministério ordenado

  •   A exemplo dos doze Apóstolos escolhidos e enviados por Cristo, a união dos membros da hierarquia eclesiástica está ao serviço da comunhão dos fiéis.
  •   Cada Bispo exerce o ministério, como membro do colégio episcopal, em comunhão com o Papa, participando com ele na solicitude pela Igreja universal.
  •   Os sacerdotes exercem o seu ministério no presbitério da Igreja particular, em comunhão com o próprio Bispo e sob a sua condução.

Qual a missão do Papa?

  •   O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de S. Pedro,
  •   é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja.
  •   É o vigário de Cristo,
  •   cabeça do colégio dos Bispos e
  •   pastor de toda a Igreja,
  •   sobre a qual tem poder, pleno, supremo, imediato e universal.



Missão do colégio dos bispos

  •   O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa, exerce também sobre a Igreja supremo e pleno poder.
  •   Poder de santificar ministrando os sacramentos;
  •   Poder de profetizar anunciando e explicando a Palavra de Deus todos os povos;
  •   Exerce o poder de governar pastoreado a Igreja particular que lhe foi confiada com a autoridade do poder sagrado, próprio, ordinário e imediato, exercido em nome de Cristo, bom Pastor, em comunhão com toda a Igreja e sob a condução do sucessor de Pedro.


A infalibilidade do Magistério

  •   A infalibilidade exerce-se quando
  •   o Romano Pontífice, em virtude da sua autoridade de supremo Pastor da Igreja,
  •   ou o Colégio Episcopal, em comunhão com o Papa, sobretudo reunido num Concílio Ecumênico,
  •   proclamam com um ato definitivo uma doutrina respeitante à fé ou à moral,
  •   e também quando o Papa e os Bispos, no seu Magistério ordinário, concordam ao propor uma doutrina como definitiva.
  •   A tais ensinamentos cada fiel deve aderir com o obséquio da fé


Vocação dos fieis leigos

  •   Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus. Correspondem assim ao chamado à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados.


Função sacerdotal dos leigos

  •   Os fieis leigos participam da função sacerdotal de Cristo oferecendo – como sacrifício espiritual «agradável a Deus por Jesus Cristo» (1 Ped 2,5), sobretudo na Eucaristia – a sua vida com todas as obras, as orações e as iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de cada dia, as agruras da vida suportadas com paciência e os lazeres corporais e espirituais.
  •   Deste modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo.


Função profética dos leigos

  •   Os fieis leigos participam da função profética de Cristo acolhendo cada vez mais na fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o testemunho da vida e da palavra, a ação evangelizadora e a catequese.
  •   Esta ação evangelizadora adquire uma particular eficácia pelo fato de ser realizada nas condições ordinárias da vida secular.


Função real dos leigos

  •   Os fieis leigos participam da função real de Cristo, tendo recebido d’Ele o poder de vencer o pecado em si mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a santidade de vida.
  •   Exercem vários ministérios ao serviço da comunidade e impregnam de valor moral as atividades temporais do homem e as instituições da sociedade.


Os fieis consagrados ou religiosos

  •   É um estado de vida reconhecido pela Igreja.
  •   É uma resposta livre a um chamado particular de Cristo, mediante a qual os consagrados se entregam totalmente a Deus e tendem para a perfeição da caridade sob a moção do Espírito Santo.
  •   Tal consagração caracteriza-se pela prática dos conselhos evangélicos (pobreza, obediência e castidade).
  •   A vida consagrada participa na missão da Igreja mediante uma plena dedicação a Cristo e aos irmãos, testemunhando a esperança do Reino celeste.


O que é a paróquia?

  •   «A paróquia é uma certa comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja particular, cujo cuidado pastoral, sob a autoridade do bispo diocesano, está confiada ao pároco, como a seu pastor próprio».
  •   É o lugar onde todos os fiéis podem reunir-se para a celebração dominical da Eucaristia.
  •   A paróquia inicia o povo cristão na expressão ordinária da vida litúrgica e reúne-o nesta celebração; ensina a doutrina salvífica de Cristo; e pratica a caridade do Senhor em obras boas e fraternas (Cat 2179):
  •   «Podes também rezar em tua casa; mas não podes rezar aí como na igreja, onde muitos se reúnem, onde o grito é lançado a Deus de um só coração. [...]
  •   Há ali algo a mais, a união dos espíritos, a harmonia das almas, o vínculo da caridade, as orações dos presbíteros» (S. João Crisóstomo, Incomprehens. 3,6: PL 48, 725D).
  •  

Nenhum comentário:

Postar um comentário