segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

II DOMINGO DA QUARESMA


Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Caros irmãos e irmãs,

Todos os anos a Igreja apresenta a passagem da Transfiguração no domingo depois da narrativa da tentação do Jesus. Isso nos dá um verdadeiro consolo e esperança. Olhando para a oração de Jesus, vemos que ela não foi apenas luta contra o mal, mas contemplação da beleza e glória do Pai; foi escuta das Suas orientações e força para continuar sua caminhada rumo à Jerusalém.
Para nós, cristãos, a Transfiguração também é um bálsamo (óleo perfumado que restaura as forças e cura as feridas). Nesta Quaresma somos convidados pela Igreja não só a irmos ao deserto rezar com Jesus, mas também a subir ao monte Tabor para contemplar a glória e a beleza do Filho de Deus. Isso nos dará força de enfrentar o êxodo quaresmal, a caminhada de 40 dias rumo à Páscoa do Senhor.
Jesus sobe a montanha para orar e, enquanto está rezando, aparecem-lhe Moisés e Elias, dois grandes homens do Antigo Testamento: o primeiro representando a Lei e o segundo os profetas. O assunto desta conversa santa é ditada por Lucas: eles “conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém” (v. 31). Parece que eles eram os mensageiros de Deus para preparar Jesus, enquanto homem, para sua paixão, que aconteceria em Jerusalém. Os três discípulos (Pedro, João e Tiago), que até então estavam caindo de sono, despertaram diante daquele brilho incomparável: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias” (v. 33). Diante da beleza daquela visão o sono desapareceu. Eles ofereceram fazer tendas somente para aqueles três homens que estavam refletindo a glória divina; esqueceram do cansaço e, provavelmente, pretendiam passar a noite olhando aquela glória.
De repente, uma nuvem os envolveu (Maria também foi envolvida por uma nuvem depois que disse o seu sim ao anjo Gabriel). Esta nuvem representa a glória de Deus que agora não é apenas vista pelos três discípulos mas é experimentada em todo o seu ser. Eles se encheram de temor porque perceberam que estava acontecendo bem mais que algo humano: Deus estava se manifestando a eles e os envolvendo em Sua glória; eles foram abraçados pelo Senhor.
Da nuvem, Deus fala a palavra mais importante de toda a passagem que lemos: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”. O Mestre deles não é apenas um homem sábio, é o Filho de Deus, o Servo do Senhor prometido pelo profeta Isaías como aquele que iria assumir os pecados do povo sobre si e salvá-lo (cf. Is 42,1). Jesus não é só um homem, é Deus com o Pai. Por isso é preciso escutar o que ele diz, pois a sua palavra é Palavra de salvação e vida.
Depois de ressoar esta voz, Jesus ficou sozinho, sem Moisés nem Elias, sem a sua glória. Igual como era antes, um homem simples, um Mestre sábio. Mas os três que participaram daquele acontecimento sabiam que Jesus era mais que um Mestre, mais que um homem. Aquele encontro com a glória de Deus e de Jesus imprimiu dentro deles algo novo, que vai amadurecer durante todo o êxodo para Jerusalém e atingir sua plenitude com a vinda do Espírito Santo, depois da Páscoa do Senhor.
Com esta passagem, a Igreja nos deseja convidar novamente para oração nesta Quaresma. Uma oração que não é apenas luta contra tentações, contra nossas fraquezas mais enraizadas. Ela é também contemplação da beleza divina, contemplação daquilo que seremos depois que tivermos vivido a morte e ressurreição junto com o Senhor. Uma oração que é escuta atenta da Palavra de Deus, seja na liturgia, nos grupos de catequese, seja em casa, pessoalmente. Com tudo isso, descobrimos que para ser cristão não basta contar com nossas forças, é preciso receber a graça do Senhor, é preciso ser animado e fortalecido por Ele na oração e na escuta da Sua Palavra. Assim conseguiremos viver o êxodo da Quaresma e chegarmos à Páscoa do Senhor.

Pe. Emilio Cesar
Pároco de Guaiuba 

Um comentário:

  1. Parabéns pelo blog, está muito legal, e eu, pessoalmente sou fã das Homilias do Pe. Emílio...

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