Cristo ressuscitou, aleluia!
Sim, ressuscitou de verdade, aleluia!
Caros irmãos e irmãs,
No evangelho de hoje encontramos 7 discípulos de Jesus que
voltam à Galileia e parece que retomam suas vidas normais. Eles resolvem pescar
por iniciativa de Simão. Passam a noite jogando a rede e nada pegam. Pela manhã
um homem na beira do lago pergunta: “Moços, tendes alguma coisa para comer?”
(v. 5). A resposta é seca e direta: “Não”. Podemos perceber uma certa
indignação ou raiva atrás desse não. O desconhecido continua: “Lançai a rede à
direita da barca, e achareis” (v. 6). Eles realizaram aquela sugestão e
pescaram 153 peixes, um número exagerado, uma pesca milagrosa, e as redes não
se romperam.
O discípulo que Jesus amava, ao ver tamanha abundância, logo
reconheceu o homem que estava na margem: “É o Senhor”. Este discípulo é o
modelo de como precisa ser o cristão, diante dos sinais, os mais portentosos ou
simples, reconhece a presença do Ressuscitado e crê nele (cf. Jo 20,8).
Pedro, mostrando toda sua iniciativa, se joga no lago e vai
ao encontro do Senhor nadando. Quando a barca chega, ele, sozinho, consegue
puxar a rede e trazer mais peixes para serem assados na fogueira feita por
Jesus. Foi dele também a iniciativa de pescar. Simão está sempre disposto ao
trabalho, ao serviço.
O milagre da pesca faz referencia à missão da Igreja. O
cansaço noturno dos pescadores é em vão; Jesus já tinha dito: Sem mim nada
podeis fazer (cf. Jo 15,5). Mas com Ele tudo muda. É a Palavra do Senhor que
faz a rede se encher, dando eficácia ao trabalho apostólico dos discípulos. Essa
é a diferença entre a comunidade que faz missão atenta à voz do seu Mestre e
aquela que trabalha fundamentada somente nos próprios conhecimentos, esforços e
planejamento. Uma é estéril, a outra é fecunda[1].
Com este evangelho e com as outras leituras da Páscoa
podemos cair na tentação de acreditar que, após a ressurreição de Jesus, tudo é
sucesso, e apagar a cruz de Cristo da nossa memória e da vida da Igreja. Mas se
estivermos atentos aos textos proclamados percebemos que não se pode esquecer
que nosso Senhor padeceu e morreu por nós.
Pedro experimenta isso ao ouvir Jesus perguntar-lhe 3 vezes:
“Tu me amas?” Ele recorda sua negação durante o processo de Jesus – por três
vezes disse que não conhecia aquele homem: a cruz do fracasso, da fraqueza, do
pecado. No livro dos Atos dos Apóstolos, os discípulos são presos e açoitados
pelos irmãos judeus porque estão pregando em nome de Jesus: é a cruz da
perseguição. A fé no Ressuscitado fez que eles não se abatessem como aconteceu
antes (cf. At 4,23-31), mas saíram do Sinédrio muito contentes por terem sido considerados
dignos de injúrias, por causa do nome de Jesus (At 5,41).
Nossa comunidade precisa continuar a missão dos
primeiros cristãos. Jesus não prometeu que seria tudo perfeito, que não
sofreríamos perseguições, mas que, se estivéssemos atentos à sua voz,
produziríamos muitos frutos. Lembremos também que a nossa barca possui o
sucessor de Pedro conduzindo-a. Ele é o representante de Cristo para nós
juntamente com o arcebispo da nossa arquidiocese. Não tenhamos medo,
continuemos a missão da Igreja.
Pe. Emilio Cesar
Pároco de Guaiuba - CE
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