domingo, 17 de fevereiro de 2013

POR QUE SOU CATÓLICO? I

III Encontro 

CREIO EM DEUS


A afirmação «Creio em Deus» é a mais importante, a fonte das outras verdades relacionadas ao homem, ao mundo e à nossa vida de crentes n’Ele;

  •  Professamos um só Deus porque Ele se revelou ao povo de Israel como o Único, quando disse: «Escuta Israel, o Senhor é um só» (Dt 6,4), «não há outros» (Is 45,22).
  •  O próprio Jesus confirmou esta revelação: Deus é «o único Senhor» (Mc 12,29).
  •  Professar que Jesus e o Espírito Santo são também eles Deus e Senhor, não introduz nenhuma divisão no Deus Uno.

O Nome de Deus


  •  Deus revela-se a Moisés como o Deus vivo,«o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, oDeus de Jacob» (Ex 3,6). Ao mesmoMoisés, Deus revela também o seu nomemisterioso: «Eu Sou aquele que Sou (YHWH)».
  • O nome inefável de Deus, já nos tempos do Antigo Testamento, foi substituído pela palavra Senhor.
  •  Assim, no Novo Testamento, Jesus, chamado Senhor, aparece como verdadeiro Deus
  •  O nome de Deus revela quem Ele é;
  •  Por isso, repetir o nome de Deus é uma oração simples e profunda;
  •  Por isso, não podemos brincar ou praguejar com o nome de Deus;

 O amor de Deus


  •  Deus revela-se a Israel como Aquele que tem um amor mais forte que o pai ou a mãe pelos seus filhos ou o esposo pela sua esposa: “Por acaso uma mulher se esquecerá de uma criancinha de peito? Não se compadecerá ela do filho do seu ventre? Ainda que as mulheres se esquecessem eu não me esqueceria de ti. Eis que te gravei nas palmas da mão, teus muros estão continuamente diante de mim” (Is 49,15s) “Na raiva, por um momento eu te escondi meu rosto, com amor eterno voltei a me apaixonar por ti. É o que diz o SENHOR, teu redentor” (Is 54,8) “Mesmo que as serras mudem de lugar, ou que as montanhas balancem, meu amor para contigo nunca vai mudar, minha aliança perfeita nunca há de vacilar – diz o SENHOR, o teu apaixonado.”(Is 54,10) “Quando Israel era criança eu o amava, do Egito chamei o meu filho. Quanto mais, porém, eu os chamava, mais de mim eles se afastavam. Sacrificavam vítimas aos Baals, queimavam sacrifícios a seus ídolos. Sim, fui eu quem ensinou Efraim a andar, segurando-o pela mão. Só que eles não percebiam que era eu quem deles cuidava. Eu os lacei com laços de amizade, eu os amarrei com cordas de amor; fazia com eles como quem pega uma criança ao colo e a traz até junto ao rosto. Para dar-lhes de comer eu me abaixava até eles. (Os 11,1-4)
 Deus é amor!

  • São João irá ainda mais longe, ao afirmar: «Deus é Amor» (1 Jo 4, 8, 16): a própria essência de Deus é Amor.
  •  Deus « tanto amou o mundo que lhe deu o seu próprio Filhounigênito, para que o mundo seja salvo por seuintermédio» (Jo 3,16-17).
  •  Enviando o seu Filho e o Espírito Santo, Deus revela seu segredo mais íntimo: Ele próprio é eterna permuta de amor: Pai, Filho e Espírito Santo (Comp. Cat. 42);
  •  Somos destinados a fazer parte desta permuta de amor;
 Deus é amor e te ama!
O que implica crer em um só Deus que me ama?

  •  Conhecer a sua grandeza e majestade;
  •  Viver em ação de graças;
  •  Confiar sempre n’Ele, até nas adversidades;
  •  Reconhecer a dignidade de todos os homens, criados à imagem de Deus;
  • Usar retamente as coisas por Ele criadas.
CREIO EM DEUS CRIADOR
 No princípio, Deus criou o céu e a terra (Gn 1,1)

  • A Criação é o fundamento de todos os projetos divinos de salvação;
  •  Manifesta o amor onipotente e sábio de Deus;
  •  É o primeiro passo para a Aliança do Deus único com o seu povo;
  •  É o início da história da salvação que culmina em Cristo;
  •  É uma primeira resposta às questões fundamentais do homem acerca da sua própria origem e do seu fim.
 Quem criou o mundo? Para que o mundo foi criado?

  •  O Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único e indivisível do mundo, ainda que a obra da criação do mundo seja particularmente atribuída ao Pai.
  •  O mundo foi criado para a glória de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade, verdade e beleza.
  • O fim último da criação é que Deus, em Cristo, possa ser «tudo em todos» (1 Cor 15,28), para a sua glória e para a nossa felicidade.
  •  Deus criou «do nada» (ex nihilo: 2Mac 7,28) um mundo ordenado e bom, que Ele transcende infinitamente.
  •  A Igreja proclama que Deus é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis: de todos os seres espirituais e materiais, isto é, dos anjos e do mundo visível, e em particular do homem.
  •  Deus criou tudo para o homem, mas o homem foi criado para conhecer
  • servir
  • amar a Deus
  • para Lhe oferecer neste mundo toda a criação em ação de graças e para ser elevado à vida com Deus no céu.
O ser humano é criado à imagem de Deus
  •  Significa que ele é capaz de conhecer e amar, na liberdade, o próprio Criador.
  •  É a única criatura, nesta terra, que Deus quis por si mesma e que chamou a partilhar a sua vida divina, no conhecimento e no amor.
  •  Enquanto criado à imagem de Deus, o homem tem a dignidade de pessoa: não é uma coisa mas alguém, capaz de se conhecer a si mesmo, de se dar livremente e de entrar em comunhão com Deus e com as outras pessoas.
 Homem e Mulher

  •  O homem e a mulher foram criados por Deus com uma igual dignidade enquanto pessoas humanas e, ao mesmo tempo, numa complementaridade recíproca enquanto masculino e feminino.
  •  Deus quis que fossem um para o outro, para uma comunhão de pessoas.
  •  Juntos são também chamados a transmitir a vida humana, formando no matrimonio «uma só carne» (Gn 2, 24), e a dominar a terra como «administradores» de Deus.  O projeto original de Deus
  •  Deus, criando o homem e a mulher, tinha-lhes dado uma participação especial na própria vida divina, em santidade e justiça.
  • Segundo o projeto de Deus, o homem não deveria nem sofrer nem morrer.
  •  Além disso, reinava uma harmonia perfeita no próprio ser humano, entre a criatura e o criador, entre o homem e a mulher, bem como entre o primeiro casal humano e toda a criação.
O PECADO

Eu creio que Deus criou «do nada» um mundo ordenado e bom. Por que, então, existe o mal (catástrofes, sofrimentos, injustiças)?
  • Sto. Agostinho, antes de sua conversão, dizia: “Eu perguntava de onde vem o mal e não encontrava saída”.
  •  A esta pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, só o conjunto da fé cristã pode dar resposta. Só após sua conversão ao Deus vivo Sto. Agostinho encontrou resposta para o mistério da iniqüidade;
  • Deus não é de maneira nenhuma a causa do mal.
  • Ele ilumina o mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para vencer aquele grande mal moral que é o pecado dos homens e que é a raiz dos outros males.
  • A fé dá-nos a certeza de que Deus não permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o bem.
  •  Deus realizou admiravelmente isso mesmo na morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do maior mal moral, a morte do Seu Filho, Ele retirou os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa redenção.
 A Realidade do Pecado

  • O pecado está presente na história do homem.
  •  Seria vão tentar ignorá-lo ou dar outros nomes a ele.
  •  Para tentar compreender o que é o pecado, temos primeiro de reconhecer o laço profundo que une o homem a Deus, porque, fora desta relação, o mal do pecado não é desmascarado na sua verdadeira identidade (recusa e oposição a Deus).
  •  A doutrina do pecado original é, por assim dizer, «o reverso» da Boa-Nova de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos, graças a Cristo.
  •  A narrativa da queda (Gn 3) utiliza uma linguagem feita de imagens, mas afirma um acontecimento primordial, um fato que teve lugar no princípio da história do homem (264).
  •  A Revelação dá-nos uma certeza de fé de que toda a história humana está marcada pela falta original, livremente cometida pelos nossos primeiros pais (265)
5.3) Gn 3
1 A serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: ‘Não comais de nenhuma das árvores do jardim?’” 2 A mulher respondeu à serpente: “Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim. 3 Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele nem sequer o toqueis, do contrário morrereis’”. 4 Mas a serpente respondeu à mulher: “De modo algum morrereis. 5 Pelo contrário, Deus sabe que, no dia em que comerdes da árvore, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal”.
De onde vem a serpente se tudo que Deus criou
era bom?

 A queda dos anjos

  •  Deus criou todos os anjos bons, inclusive Satanás (“a serpente”), mas eles se transformaram em maus, porque, mediante uma opção livre e irrevogável, recusaram Deus e o seu Reino, dando assim origem ao inferno.
  • O pecado dos anjos não pode ser perdoado devido o caráter irrevogável da opção deles.
  •  «Não há arrependimento para eles depois da queda, tal como não há arrependimento para os homens depois da morte» (S. João Damasceno).
  •  Estes anjos decaídos procuram associar o homem à sua rebelião contra Deus; mas Deus afirma em Cristo a Sua vitória segura sobre o Maligno.
  •  O homem, tentado pelo diabo, deixou apagar no seu coração a confiança em relação ao seu Criador e, desobedecendo-lhe, quis tornar-se «como Deus», sem Deus e não segundo Deus (Gn 3, 5).
  •  Assim, Adão e Eva perderam imediatamente, para si e para todos os seus descendentes, a graça da santidade e da justiça originais.
A prova da liberdade

  •  Deus criou o homem «à sua imagem» e constituiu-o na sua amizade.
  •  Criatura espiritual, o homem só pode viver esta amizade pela livre submissão a Deus.
  •  É isso o que exprime a proibição feita ao homem de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, «pois no dia em que o comeres, morrerás» (Gn 2, 17).
  •  A «árvore do conhecimento do bem e do mal» (Gn 2, 17) evoca simbolicamente o limite intransponível que o homem, como criatura, deve livremente reconhecer e confiadamente respeitar.
  •  O homem depende do Criador. Está sujeito às leis da criação e às normas morais que regulam o exercício da liberdade.
 O primeiro pecado

  •  Tentado pelo Diabo, o homem deixou morrer no coração a confiança no seu Criador (273).
  •  Abusando da liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus (primeiro pecado).
  • Daí em diante, todo o pecado será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança na sua bondade.
  •  Neste pecado, o homem preferiu-se a si próprio a Deus, e por isso desprezou Deus:
  • Optou por si próprio contra Deus, contra as exigências da sua condição de criatura e, daí, contra o seu próprio bem.
  •  Constituído num estado de santidade, o homem estava destinado a ser plenamente «divinizado» por Deus na glória.
  • Pela sedução do Diabo, quis «ser como Deus»(275), mas «sem Deus» (276)
 Gn 3, 6-11
6 A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento. Colheu o fruto, comeu dele e o deu ao marido a
seu lado, que também comeu. 7 Então os olhos de ambos se abriram, e, como reparassem que estavam nus, teceram para si tangas com folhas de figueira. 8 Quando ouviram o ruído do Senhor Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde, o homem e a mulher esconderam-se do Senhor Deus no meio das árvores do jardim. 9 Mas o Senhor Deus chamou o homem e perguntou: “Onde estás?” 10 Ele respondeu: “Ouvi teu ruído no jardim. Fiquei com medo, porque estava nu, e escondi-me”. 11 Deus perguntou: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?”
  •  Adão e Eva perdem imediatamente a graça da santidade original. Tem medo daquele Deus de quem se fizeram uma falsa imagem: a dum Deus ciumento das suas prerrogativas;
  •  A harmonia em que viviam, graças à justiça original, ficou destruída;
  •  O domínio das faculdades espirituais da alma sobre o corpo foi quebrado;
  •  A união do homem e da mulher ficou sujeita a tensões; as suas relações serão marcadas pela avidez e pelo domínio.
  •  A harmonia com a criação desfez-se: a criação visível tornou-se, para o homem, estranha e hostil. Por causa do homem, a criação ficou sujeita «à servidão da corrupção».
  •  Enfim, se concretiza a consequência anunciada para o caso da desobediência (285): o homem «voltará ao pó de que foi formado» (286). A morte faz a sua entrada na história da humanidade (287).
  •  A partir deste primeiro pecado, uma verdadeira «invasão» de pecado inunda o mundo: Caim mata seu irmão Abel (288); a corrupção universal como consequência do pecado (dilúvio), as infidelidades do povo do AT ao Deus da Aliança, as transgressões da lei de Moisés.
  •  Mesmo depois da redenção de Cristo, o pecado manifesta-se de muitas maneiras entre os cristãos (290).
 O Pecado Original

  •  São Paulo ensina:
  • “Pois como o pecado entrou no mundo por um só homem e, por meio do pecado, a morte; e a morte passou para todos os homens, porque todos pecaram.” (Rm 5,12)
  • “Como a falta de um só acarretou condenação para todos os seres humanos, assim a justiça de um só trouxe para todos a justificação que dá a vida.” (Rm 5,18)
  • “Com efeito, como, pela desobediência de um só homem, a humanidade toda tornou-se pecadora, assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos.” (Rm 5, 19)
  •  A partir dos ensinamentos de S. Paulo, a Igreja sempre ensinou que a imensa miséria que oprime os homens, e a sua inclinação para o mal e para a morte não se compreendem sem a ligação com o pecado de Adão e o fato de ele nos ter transmitido um pecado de que todos nascemos infectados.
  •  A partir desta certeza de fé, a Igreja confere o Batismo para a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram qualquer pecado pessoal.
  •  Embora próprio de cada um (296), o pecado original não tem, em qualquer descendente de Adão, caráter de falta pessoal.
  •  É a privação da santidade e justiça originais, mas a natureza humana não se encontra totalmente corrompida: está ferida nas suas próprias forças naturais, sujeita à ignorância, ao sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado (inclinação para o mal, que se chama concupiscência).
  •  O Batismo, ao conferir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e reorienta o homem para Deus, mas as conseqüências para a natureza, enfraquecidas e inclinadas para o mal, persistem no homem e convidam-no ao combate espiritual.


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