quarta-feira, 24 de abril de 2013

V DOMINGO DA PÁSCOA


Cristo ressuscitou, aleluia!
Sim, ressuscitou de verdade, aleluia!

Caros irmãos e irmãs,

Nas leituras deste domingo continuamos contemplando os efeitos da ressurreição de Cristo na vida de seus discípulos e na vida da comunidade fundada por Ele.
Paulo e Barnabé, impulsionados pela fé no Ressuscitado e pelo envio da comunidade de Antioquia, pregavam a Palavra por onde passavam (At 14,25). Nos lugares onde eles já tinham anunciado a Boa Nova, eles confirmavam os irmãos, exortando-os a perseverar na fé em Cristo mesmo no meio dos sofrimentos. Os que acolheram o Evangelho começaram a viver em comunidade. Uma vida em comum necessita de organização. Por isso Paulo e Barnabé designaram presbíteros para cada lugar onde existia um grupo de cristãos.
Quando os dois missionários retornaram para sua comunidade de origem, eles testemunharam tudo quanto Deus fizera por meio deles e como a Palavra de Deus tinha sido a acolhida pelos não judeus (pagãos). Testemunhar a ação do Ressuscitado na missão é outro aspecto indispensável para a fé pascal.
Como podemos perceber, a nossa Igreja Católica é fiel aos Atos dos Apóstolos e continua fazendo aquilo que os primeiros cristãos faziam: missão, confirmação dos irmãos na fé, organização da comunidade, testemunho da ação do Ressuscitado. Precisamos, porém, ser mais fiéis à Palavra de Deus e nos dedicarmos mais à missão e ao testemunho.
Na segunda leitura, mais uma vez o autor do Apocalipse vem nos lembrar do fim último da nossa fé: um novo céu e uma nova terra. Esta realidade última é descrita também como a cidade de Jerusalém que desce do céu, ou como uma esposa preparada para seu esposo. "Esta é a morada de Deus entre os homens. Deus vai morar no meio deles. Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles. Deus enxugará toda lágrima dos seus olhos. A morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem choro, nem dor, porque passou o que havia antes" (Ap 21,3-4). Nós existimos e cremos não só para viver esta vida, nem apenas para ir para o céu. A nossa fé em Cristo nos leva a esperar que no último dia, quando Ele vier em sua glória, tudo aquilo que é limitado passará, o mal (simbolizado no Apocalipse pelo mar) desaparecerá, e toda a criação participará da ressurreição do Senhor e será transfigurada.
Esta nossa esperança cristã poderia nos levar a desprezar esta criação e a nossa sociedade, mas não é isso que Jesus nos ensinou no evangelho de hoje: “Eu vos dou um novo mandamento: (...) Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34). O amor aos irmãos requer de nós o cuidado pela criação e o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e pacífica. O cristão é alguém que sonha com o novo céu e a nova terra, mas está comprometido com esta terra para que ela possa se preparar para a vinda do seu Senhor, seja através da pregação do evangelho, seja pela transformação numa sociedade que reflita melhor a ressurreição do Senhor, seja cuidando da criação que Ele nos deixou.
Que a nossa fé em Cristo ressuscitado nos leve a viver em comunidade, comprometidos com este mundo, mas sonhando com a Jerusalém do alto, morada de Deus entre os homens e mulheres.


                                                                         Pe. Emilio Cesar
                                                                          Pároco de Guaiuba

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