A
Eucaristia na vida do cristão
Introdução
Ø A
sagrada Eucaristia completa a iniciação cristã.
Ø A
Eucaristia é «fonte e cume de toda a vida cristã» (146)
Ø A
comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus são significados e
realizados pela Eucaristia.
Ø Nela
se encontra o cume da ação pela qual Deus santifica o mundo, e do culto que os
homens prestam a Cristo (148).
Introdução
A sagrada Eucaristia completa a iniciação cristã.
A Eucaristia é «fonte e cume de toda a vida cristã» (146)
A comunhão de vida com Deus e a unidade do povo de Deus são
significados e realizados pela Eucaristia.
Nela se encontra o cume da ação pela qual Deus santifica o
mundo, e do culto que os homens prestam a Cristo (148).
Pela celebração eucarística, unimo-nos desde já à Liturgia
do céu e antecipamos a vida eterna.
Instituição da
Eucaristia
Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até ao fim. Sabendo
que era chegada a hora de partir deste mundo para regressar ao Pai, no decorrer
duma refeição, lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor (170).
Jesus instituiu a Eucaristia para:
lhes deixar uma garantia deste amor,
jamais se afastar dos seus e
os tornar participantes da sua Páscoa.
Ela é memorial da sua morte e da sua ressurreição;
Jesus ordenou que seus Apóstolos a celebrassem até ao seu
regresso, «constituindo-os, então, sacerdotes do Novo Testamento» (171).
«Veio o dia dos Ázimos, em que devia imolar-se a Páscoa.
[Jesus] enviou então a Pedro e a João, dizendo: "Ide preparar-nos a
Páscoa, para que a possamos comer" [...]. Partiram pois, [...] e
prepararam a Páscoa. Ao chegar a hora, Jesus tomou lugar à mesa, e os Apóstolos
com Ele. Disse-lhes então: "Tenho desejado ardentemente comer convosco
esta Páscoa, antes de padecer. Pois vos digo que não voltarei a comê-la, até
que ela se realize plenamente no Reino de Deus". [...] Depois, tomou o pão
e, dando graças, partiu-o, deu-lho e disse-lhes: "Isto é o Meu corpo, que
vai ser entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim". No fim da ceia,
fez o mesmo com o cálice e disse: "Este cálice é a Nova Aliança no meu
sangue, que vai ser derramado por vós"» (Lc 22, 7-20) (173).
Veio o dia dos Ázimos, em que devia imolar-se a Páscoa:
Celebrando a última ceia com os seus Apóstolos, no decorrer
do banquete pascal, Jesus deu o seu sentido definitivo à Páscoa judaica;
Fazei isto em memória de Mim
Ao ordenar que repetissem os seus gestos e palavras, «até
que Ele venha» (1 Cor 11, 26), Jesus não pede somente que se lembrem d'Ele
e do que Ele fez.
Tem em vista a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus
sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, morte, ressurreição e
da sua intercessão junto do Pai.
«Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à
fração do pão e às orações. [...] Todos os dias frequentavam o templo, como se
tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com
alegria e simplicidade de coração» (At 2, 42.46).
Era sobretudo «no primeiro dia da semana», isto é, no dia de
domingo, dia da ressurreição de Jesus, que os cristãos se reuniam «para partir
o pão» (Act 20, 7).
Desde esses tempos até aos nossos dias, a celebração da
Eucaristia perpetuou-se, de maneira que hoje a encontramos em toda a parte na
Igreja com a mesma estrutura fundamental.
Ela continua a ser o centro da vida da Igreja.
A celebração da
Eucaristia
A celebração litúrgica da Eucaristia é igual desde o século
II. Eis o que São Justino escreve no ano de 155 para explicar ao imperador
pagão Antonino Pio (138-161) o que fazem os cristãos:
«No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num
mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo.
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas. (continua)
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas. (continua)
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos
orações» (175) «por nós mesmos [...] e por todos os outros, [...] onde quer que
estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e ações, e fiéis
aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e ações de graças, todo o povo presente aclama: Amem.
[...] Depois de aquele que preside ter feito a ação de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e ações de graças, todo o povo presente aclama: Amem.
[...] Depois de aquele que preside ter feito a ação de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água "eucaristizados" e também os levam aos ausentes» (176).
As partes
da missa
A liturgia eucarística. Desdobra-se em dois grandes
momentos, que formam basicamente uma unidade:
Ritos iniciais
A liturgia da Palavra
com as leituras, a homilia e a oração universal;
A liturgia eucarística
com a apresentação do pão e do vinho, a ação de graças
consecratória e a comunhão
Ritos finais
Todos se reúnem
Os cristãos acorrem a um mesmo lugar para a assembleia
eucarística.
A sua cabeça é o próprio Cristo, o ator principal da
Eucaristia.
É Ele próprio que preside invisivelmente a toda a celebração
eucarística.
É em representação d'Ele (agindo «in persona Christi
capitis – na pessoa de Cristo-Cabeça»), que o bispo ou o presbítero
preside à assembleia, toma a palavra depois das leituras, recebe as oferendas e
diz a oração eucarística.
Todos têm a sua parte ativa na celebração, cada qual a
seu modo: os leitores, os que trazem as oferendas, os que distribuem a comunhão
e todo o povo cujo Amem manifesta a participação.
Liturgia da Palavra
comporta o Antigo Testamento e «as Memórias dos Apóstolos»
ou seja, as suas epístolas e os evangelhos.
A homilia é uma exortação a acolher esta Palavra como
Palavra de Deus(180) e a pô-la em prática,
Após a homilia vêm as intercessões por todos os homens,
segundo a palavra do Apóstolo: «Recomendo, antes de tudo, que se façam preces,
orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens, pelos reis e por
todos os que exercem autoridade» (1 Tm 2, 1-2).
Liturgia eucarística:
ofertório
Traz-se para o altar, às vezes processionalmente, o pão e o
vinho que vão ser oferecidos pelo sacerdote em nome de Cristo no sacrifício
eucarístico, no qual se tornarão o seu corpo e o seu sangue.
É precisamente o mesmo gesto que Cristo fez na última ceia,
«tomando o pão e o cálice».
«Só a Igreja oferece esta oblação pura ao Criador,
oferecendo-Lhe em ação de graças o que provém da sua criação» (181).
A apresentação das oferendas no altar põe os dons do Criador
nas mãos de Cristo.
É Ele que, no seu sacrifício, leva à perfeição todas as tentativas
humanas de oferecer sacrifícios.
Liturgia eucarística:
coleta
Desde o princípio, com o pão e o vinho para a
Eucaristia, os cristãos trazem as suas ofertas para a partilha com os
necessitados. Este costume, sempre atual, da coleta (182) inspira-se no
exemplo de Cristo, que Se fez pobre para nos enriquecer (183):
«Os que são ricos e querem, dão, cada um conforme o que a si
mesmo se impôs; o que se recolhe é entregue àquele que preside e ele, por seu
turno, presta assistência aos órfãos, às viúvas, àqueles que a doença ou
qualquer outra causa priva de recursos, aos prisioneiros, aos imigrantes, numa
palavra, a todos os que sofrem necessidade» (184).
Liturgia eucarística:
anáfora
Com a oração eucarística (oração de ação de graças e de
consagração) chegamos ao coração e cume da celebração:
no prefácio, a Igreja dá graças ao Pai, por
Cristo, no Espírito Santo, por todas as suas obras: pela criação, redenção e
santificação.
Toda a comunidade une, então, as suas vozes àquele louvor
incessante que a Igreja celeste – os anjos e todos os santos – cantam ao Deus
três vezes Santo:
na epiclese, pede ao Pai que envie o seu Espírito
Santo (ou o poder da sua bênção)(185)sobre o pão e o vinho, para que se tornem,
pelo seu poder, o corpo e o sangue de Jesus Cristo, e para que os que
participam na Eucaristia sejam um só corpo e um só espírito. (Algumas tradições
litúrgicas colocam a epiclese depois da anamnese);
na narração da instituição, a força das palavras e
da ação de Cristo e o poder do Espírito Santo tomam sacramentalmente presentes,
sob as espécies do pão e do vinho, o corpo e o sangue do mesmo Cristo, o seu
sacrifício oferecido na cruz de uma vez por todas; na anamnese que se
segue, a Igreja faz memória da paixão, ressurreição e regresso glorioso de
Cristo Jesus: e apresenta ao Pai a oferenda do seu Filho, que nos reconcilia
com Ele: nas intercessões, a Igreja manifesta que a Eucaristia é
celebrada em comunhão com toda a Igreja do céu e da terra, dos vivos e dos
defuntos, e na comunhão com os pastores da Igreja: o Papa, o bispo da diocese,
o seu presbitério e os seus diáconos, e todos os bispos do mundo inteiro com as
suas Igrejas.
Na comunhão, precedida da Oração do Senhor e da
fração do pão, os fiéis recebem «o pão do céu» e «o cálice da salvação», o
corpo e o sangue de Cristo, que Se entregou «para a vida do mundo» (Jo 6,
51):
Porque este pão e este vinho foram, segundo a expressão
antiga, «eucaristizados» (186), «chamamos a este
alimento Eucaristia; e ninguém pode tomar parte nela se não acreditar
na verdade do que entre nós se ensina se não recebeu o banho para a remissão
dos pecados e o novo nascimento e se não viver segundo os preceitos de Cristo»
(187).
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