domingo, 9 de junho de 2013

X DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C



“Não chores!”


Esta é a única frase que Jesus dirige àquela mulher. Tinha perdido o marido e agora enterrava seu filho único. Podemos imaginar a dor daquela viúva, sua família tinha morrido e agora precisaria mendigar para sobreviver porque, naquela época, a mulher não podia trabalhar para viver precisava depender de um homem (pai, esposo ou filho mais velho). Ele estava numa situação de indigência.
Jesus se enche de compaixão para com ela e diz: “Não chores!” (Lc 7,13). Depois, parando a procissão, diz ao defunto: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” (Lc 7,14). A palavra de Jesus muda aquela situação, a procissão fúnebre se tornou procissão de vida, alegria e festa. E os participantes desta caminhada ficaram com muito medo e reconheceram que “um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo” (Lc 7,17).
Imediatamente lembramos da primeira leitura, onde o profeta Elias, o maior do Antigo Testamento se encontra numa situação constrangedora. A viúva que tinha lhe acolhido estava com o filho muito doente, à beira da morte e culpou o profeta (1Re 17,18). Ele, por sua vez, em oração, culpou Deus e reivindicou a cura para o menino (1Re 17,20-21). Depois de alguns gestos simbólico feitos pelo profeta a “alma”, ou seja, a respiração, o sopro, a vida, voltou para aquele menino.
Se compararmos a cura de Elias com o milagre realizado por Jesus vamos perceber que nosso Mestre é um profeta muito maior. O jovem de Naim estava morto, já tinha sido velado e estava sendo levando para ser enterrado. Jesus não precisou orar nem fazer gestos simbólicos, apenas sua palavra teve força de mudar totalmente aquela situação. Por isso, ele é considerado um grande profeta, maior que Elias, e nele se reconhece a visita de Deus ao seu povo. Não aos moldes do Antigo Testamento, quando o Senhor vinha em alguns momentos especiais, demostrava seu amor e poder, e depois pareciadeixa-los caminhar sozinho, até a próxima visita. Agora Deus faz morada com o seu povo através de Jesus, especialmente após sua ressurreição.
Meus irmãos e irmãs, nós também experimentamos momentos de indigência, quando nos assemelhamos aquela viúva que perdeu seu único filho. O chão é tirado dos nossos pés, a vida perde sentido, nos sentimos sozinhos e, geralmente, precisamos encontrar um culpado para descontar toda a raiva que sentimos nestas ocasiões. O filho morreu, o marido fugiu, descobri que estou com câncer... Nestas situações parece que o choro não basta, precisamos despejar todos os sentimentos que temos em alguém, e muitas vezes fazemos isso em Deus, o único que pode transforma esta situação. Jesus, com sua palavra, pode transformar a morte que você vivencia em vida, não sempre da maneira que você gostaria, com a cura, mas da forma que será melhor para você. Ele se encontra agora com você, para a procissão fúnebre da sua vida (lembre daquilo que hoje mais lhe aflige) e movido de compaixão lhe diz: “não chores!”. É uma palavra que pode mudar toda a sua vida.

Pe. Emilio Cesar

Pároco de Guaiuba

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