Homenagem dos paroquianos de Guaiúba
12 de janeiro de 2014
“Tudo tem sua hora.
Para cada acontecimento debaixo do céu existe um tempo determinado. Tempo de
plantar e tempo de colher a planta; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de
abraçar e tempo de largar o abraço”. (Ecl 3, 1-2.4-5)
Este ensinamento tão misterioso e tão rico, que a Sagrada Escritura nos
apresenta no livro do Eclesiastes, é um
convite a olhar para este momento de conclusão do seu ministério pastoral em
nossa paróquia, olhar para este momento de despedida, e acolher este tempo como
manifestação do amor providente de Deus. Como não entendemos por que Deus nos
destina exatamente cada momento, o Eclesiastes nos convida a crer que todo
tempo é bom, mesmo o de chorar e o de largar o abraço. Em cada instante há uma
parte de eternidade e, porque tudo passa, não devemos nos apegar a nenhum
tempo, somente a Deus[1].
Durante
oito anos foi tempo de plantar e agora – que maravilha! – chegou o tempo de
colher. Colher vidas transformadas por cada celebração, cada conselho, cada
advertência, cada trabalho juntos. Colher a alegria espiritual reservada para o
pastor, de ver que aqui em nossa paróquia, depois desses oito anos, nós
redescobrimos o Evangelho, a celebração dominical, o espírito de comunidade, a
oração sem pieguice e nascida da experiência com a Palavra de Deus, a
organização administrativa. Tempo, enfim, de constatar que aquele “Jesus te
ama” ouvido anos atrás foi plantado e multiplicado em outros corações. No
último dia, é tempo de descansar de toda a obra e olhar para tudo o que foi
feito e ver que tudo foi muito bom (cf. Gn
1, 31).
No
dia de sua ordenação, o Evangelho dizia: “Eu
vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que vosso fruto permaneça”
(Jo 15, 16). Naquele dia, o senhor não sabia, mas nós, da paróquia de Guaiúba,
já estávamos destinados em sua caminhada, para que, também por meio de nós,
Deus cumprisse essa palavra em sua vida e a sua alegria fosse completa (cf. Jo 15, 11). É tempo de colher esse
fruto, que permanece mesmo amanhã quando o senhor for embora.
É
claro que é o tempo de tristeza! Todo momento de largar o abraço é triste, a
despedida é triste e que bom que é triste. A despedida só é feliz quando não
amamos aquela pessoa da qual temos que largar o abraço – e pode ter certeza que
não colocamos vassouras atrás de nossas portas! E quando a saudade incomodar, vamos
lembrar que, com certeza, voltará o tempo de abraçar de novo, de celebrar de
novo. Em cada instante há uma parte de eternidade e o que Deus realizou nestes
oito anos vai permanecer.
Um
grande abraço de todos os que fazem a Paróquia Jesus, Maria, José.
[1]
GRÜM, Anselm. No ritmo dos monges:
convivência com o tempo, um bem valioso. [Tradução: Frederico Stein]. – 2 ed. – São Paulo: Paulinas, 2007. –
(Coleção viver melhor)
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