segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Despedida de Pe Emilio Cesar como pároco de Guaiúba



Homenagem dos paroquianos de Guaiúba
12 de janeiro de 2014

“Tudo tem sua hora. Para cada acontecimento debaixo do céu existe um tempo determinado. Tempo de plantar e tempo de colher a planta; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de abraçar  e tempo de largar o abraço”. (Ecl 3, 1-2.4-5) Este ensinamento tão misterioso e tão rico, que a Sagrada Escritura nos apresenta no livro do Eclesiastes,  é um convite a olhar para este momento de conclusão do seu ministério pastoral em nossa paróquia, olhar para este momento de despedida, e acolher este tempo como manifestação do amor providente de Deus. Como não entendemos por que Deus nos destina exatamente cada momento, o Eclesiastes nos convida a crer que todo tempo é bom, mesmo o de chorar e o de largar o abraço. Em cada instante há uma parte de eternidade e, porque tudo passa, não devemos nos apegar a nenhum tempo, somente a Deus[1].

Durante oito anos foi tempo de plantar e agora – que maravilha! – chegou o tempo de colher. Colher vidas transformadas por cada celebração, cada conselho, cada advertência, cada trabalho juntos. Colher a alegria espiritual reservada para o pastor, de ver que aqui em nossa paróquia, depois desses oito anos, nós redescobrimos o Evangelho, a celebração dominical, o espírito de comunidade, a oração sem pieguice e nascida da experiência com a Palavra de Deus, a organização administrativa. Tempo, enfim, de constatar que aquele “Jesus te ama” ouvido anos atrás foi plantado e multiplicado em outros corações. No último dia, é tempo de descansar de toda a obra e olhar para tudo o que foi feito e ver que tudo foi muito bom (cf. Gn 1, 31).

No dia de sua ordenação, o Evangelho dizia: “Eu vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que vosso fruto permaneça” (Jo 15, 16). Naquele dia, o senhor não sabia, mas nós, da paróquia de Guaiúba, já estávamos destinados em sua caminhada, para que, também por meio de nós, Deus cumprisse essa palavra em sua vida e a sua alegria fosse completa (cf. Jo 15, 11). É tempo de colher esse fruto, que permanece mesmo amanhã quando o senhor for embora.

É claro que é o tempo de tristeza! Todo momento de largar o abraço é triste, a despedida é triste e que bom que é triste. A despedida só é feliz quando não amamos aquela pessoa da qual temos que largar o abraço – e pode ter certeza que não colocamos vassouras atrás de nossas portas! E quando a saudade incomodar, vamos lembrar que, com certeza, voltará o tempo de abraçar de novo, de celebrar de novo. Em cada instante há uma parte de eternidade e o que Deus realizou nestes oito anos vai permanecer.

Um grande abraço de todos os que fazem a Paróquia Jesus, Maria, José.




[1] GRÜM, Anselm. No ritmo dos monges: convivência com o tempo, um bem valioso. [Tradução: Frederico Stein].  – 2 ed. – São Paulo: Paulinas, 2007. – (Coleção viver melhor)

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