sábado, 7 de fevereiro de 2015

V DOMINGO DO TEMPO COMUM

 
Jó 7,1-4.6-7
1Cor 9,16-19.22-23
Mc 1,29-39

De madrugada, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto” (Mc 1,35).

Nós cristãos gostaríamos de saber mais detalhes sobre a vida de Jesus, especialmente dimensões mais triviais, do seu dia a dia. Infelizmente os evangelhos não tratam destas questões e os livros, antigos ou novos, que se arvoram nesta empreitada são questionáveis. A passagem evangélica que ouvimos hoje e no domingo anterior é o mais perto que podemos chegar de uma jornada típica de Jesus. O que ele fazia no seu dia?
Logo cedo, era sábado, ele e seus primeiros discípulos vão para a sinagoga ouvir a Palavra de Deus. Na ocasião realiza uma cura-libertação (cf. Mc 1,21-28). Logo depois vai descansar na casa de Pedro, juntamente com André, Tiago e João. Ao saber que a sogra do seu anfitrião estava acamada, ele a toma pela mão, a faz levantar curando-a. Com o por do sol o sábado judaico oficialmente termina, logo o povo que já estava sabendo das curas realizadas pelo Mestre se aglomera em frente à casa onde se encontrava. Nesta cena percebemos a condição frágil e sofredora dos homens e mulheres (a primeira leitura refletiu sobre isso), como também o carinho e cuidado que Jesus tinha por estes, por isso cura a muitos. E a todos dispensa atenção e cuidado. Durante a madrugada sai sozinho para um lugar deserto. Ele desejava orar, só ele e seu Pai, seu Abbá. É justamente nesta intimidade única que ele descobre que precisa deixar a cidade onde estava, Cafarnaum, e partir para outros lugares pregando igualmente a Palavra de Deus: pois foi para isso que ele veio ao mundo (cf. Mc 1,38).
Um dia típico de Jesus, inteiramente dedicado aos outros e ao Outro. Pregação cura, libertação, consolação do enlutados, oração... Se somamos a isso o fato de ser uma dia santo por excelência para os judeus, o sábado, temos motivos de sobra para deixar este texto nos questionar. Nós que nos dizemos cristãos, como estamos vivendo nosso dia santo por excelência, o domingo? Olhando para Nosso Senhor, percebemos que estamos seguindo seus passos de alguma forma? Ouçamos algumas passagens do Catecismo da Igreja Católica que fala do nosso dia santo.
A Igreja celebra o mistério da morte e ressurreição do Senhor a cada oitavo dia, no dia chamado do Senhor ou domingo. Isso é uma tradição que remonta ao período dos apóstolos. A "Ceia do Senhor" é seu centro, pois é aqui que toda a comunidade dos fiéis se encontra com o Senhor ressuscitado, que os convida a seu banquete: O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia[1].
Durante o domingo e os outros dias de festa de preceito, os fiéis se absterão de se entregar aos trabalhos ou atividades que impedem o culto devido a Deus, a alegria própria ao dia do Senhor, a prática das obras de misericórdia e o descanso conveniente do espírito e do corpo[2]. Essa prática corresponde ao cumprimento do terceiro mandamento da Lei de Deus e o primeiro da Igreja ("Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho")[3].


Pe. Emilio Cesar
Pároco de Messejana



[1] cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1166.
[2] cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2185.
[3] cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 2042.

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